"Se te pudesse compreender nessas ondas do meu mar, e delas retirar esse sal que me caia o sangue e arde ao tomar esses teus beijos como estalos de desejos..."
Se as correntes desse teu
inferno,
Que não beijam mais esses
meus sonhos de mar,
Vierem martelar o desejo
terno,
De poder ainda te
encontrar,
Para lá do precipício que
insistes em criar!
E tilintam essas correias cavalgando
pelo mar,
Que tão cinza se bebe!
Que tão negro se quer
tornar!
São ásperos os desejos dos
gritos da plebe,
Enclausurada nos confins
da tua sebe.
Ah como desnudo o meu
corpo,
E devolvo essa vida que
tomaste ao afogar,
Nas ondas que embatem e
quebram,
Com a ira que vai e que
quer voltar,
Ao te querer, ao te odiar
e na morte ao te amar!
Marlene Carneiro
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