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sábado, 8 de outubro de 2011

Descortina o meu poema





Descortina-me nesse pensar,
De mangas feitas que ainda me encontro a remendar,
Descortina-me por entre esses véus,
Que não deixam o olho da solidão avistar,
Versos perfumados com aroma de mar…



E nas pancadas dessa porta,
Que bate e embate com a brisa que não deixa respirar,
Com a brisa feita de poeiras falsas e não de ar,
Tranco-me nessa casa,
Perfeita de vazio e com tantos sentimentos a girar…



E giram nessa roleta viva,
Ora gira para a direita contrariando o tempo,
Ora gira para a esquerda seguindo o maldito que me quer matar,
E pensar que não penso,
Pensar que não vivo com esse manto a cobrir memórias de mar.



E levanta de mim esse peso,
Desse manto que cobre não só um corpo,
Mas uma alma que tem o desejo profundo de gritar!
A roleta gira e gira sem parar,
Contrariando esse tempo que não me deixa pensar…



E por trás desse véu,
Grito, descortinando de mim o pensar… O pesar!

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