“Teias de Sonhos,
Desenhadas por fios outrora tecidos,
De sentimentos de dores e amores antigos,
Que se tecem para lá das almas dos perdidos,
Cruzando e juntando infinitos coloridos.”
Pingas ainda da tua teia,
O sangue que verti em cada uma das minhas lágrimas,
Em cada dor esventrada no meu corpo,
Em cada amor que perdi das minhas tantas almas,
Sumidas desta carcaça de calmas.
E ouço o jorrar deste corpo,
Que tanto foi meu e o qual abandono,
Para se juntar ao teu nessa teia de sonhos,
Minh’almas adormecem profundamente num sono,
Onde só há frio que perde as cores do Outono,
E vejo cada gota a cair uma e depois a outra,
Nessa poça de essência que guarda tanto de mim,
E que eu entrego a cada fio tecido,
A cada sonho com aroma de jasmim,
Enterro minhas almas noutra paisagem, noutro jardim.
Marlene
Olá Marlene,
ResponderEliminarBom, hoje resolvi interpretar a imagem e assim tentar chegar à alma do teu feito.
E isto porquê? Porque a imagem, no seu caso, está sempre relacionada com o escrito e sei o trabalho, o tempo que nos leva até encontrarmos a imagem certa(:
A imagem demonstra um processo bastante lento de uma linda flor a murchar... uma flor que perdeu a luz, que deixou de ser alimentada, que deixou de respirar... agora adaptando ao seu escrito. Pode tratar-se mesmo daquela linda flor, uma flor que deu por si embaraçada numa teia que outrora brilhava para si e prometia que poderia voar, poderia pular nas nuvens. Aquelas teias que a faziam sonhar, faziam-na esquecer-se por momentos que era apenas uma flor. Prometiam-lhe o sol e a lua.
Teias, que a seus olhos ambiciosos, eram de fios delicados. Até ao dia, em que a flor, cansada de sonhar e ansiosa por viver aqueles todos prometidos, tenta controlar-se contra o poder daquelas teias sobre si, o poder de a persuadir. E por entre movimentos de pânico, e lágrimas de tristeza e desilusão, a flor perde as forças naqueles fios tecidos e fortalecidos por ela mesma, de amores que agora nada lhe valhem. É amachucada no meio daqueles devidos e prometidos.
Aquela flor, continua bela mas, agora pálida e fraquejada é atirada, sem compaixão, depois de domada por aquelas teias, para o Inverno... o frio a aguarda, o frio que ainda vem infectar as suas feridas e assim acabou esta linda flor que murchou, que perdeu a sua alma, os seus sonhos...Na verdade, foram aquelas teias, reveladas da escuridão, que a 'sugaram' mas, ainda se ergue dizendo que irá enterrar a sua alma noutro jardim, despedindo-se daquele outono.
Comentei de uma forma um pouco diferente, espero que não tenha fugido muito ao poema.
Gostei bastante, do seu poema, Marlene(:
Abraços e muitas felicidades,
Rute.