Escondo-me na escuridão,
Que me envolve com os seus beijos,
Aliciando com a canção,
Que queima os ensejos,
E os desejos que torturam o meu coração!
Ainda tenho na pele o cheiro da queimada,
Que grita pelo gelo da solidão,
Amando num balanceio em cada alvorada,
As vigas desta paixão,
Com o sangue que me cai das mãos…
E giro, escutando o som fúnebre da invasão,
Inundo os olhos com as lágrimas,
Que entendem e consolam a emoção,
Pintando os seus vidros de escarlate,
Esboçando o que sobrou da vida com apreensão…
E não!
Não mudo o meu rumo,
Para exonerar esta absolvição!
Caiu ainda girando no sangue,
Que adaptei como o meu chão!
Ainda toca a música fúnebre,
Nos calabouços do meu coração,
Perdi todas as almas,
Que me invadiram em Vida,
Agora há somente a doce escuridão!
Marlene
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