Floresta da minha vida,
Onde a minha alma caminha, habita!
Descalça, calcando por entre ervas,
Calcando as flores da escrita,
Libertando as cores, matando a vista!
Foram rosas e túlipas,
Que chorei nas nossas lágrimas escarlate,
Caindo nesse jardim agora morto,
Pela dor que rasgou minh’alma em combate,
Sufocando as cores que estavam nas flores antes do embate!
Agora grito!
Sem ter mais uma voz de suporte,
Balanço num ir e voltar com os aromas,
A escuridão que me beija e deseja a minha morte,
Deita-se comigo sendo minha consorte…
Marlene
(...)
No escuro da floresta de mim mesmo,
balbucio umas palavras sem sentido.
Me desencaminho à solidão e a esmo
e me repito como sonhos de vencido.
Vejo nos galhos das árvores mortas
lembranças, como pássaros famintos;
minha mão da escrita, agora torta,
faz-se escudo frágil, ao instinto...
Meu grito agora faz-se rouco
e a voz que sai me soa morte;
E diz-me a voz: -estás louco
poeta, perdeste o teu suporte...
Caio
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