Ainda arde em mim cada toque,
Desse gelo que guardas em tua alma,
Do qual abençoaste com o teu amor,
Que de nada tem calor, nem calma,
Apenas a dor na frieza da sua palma.
Desejos frios na condensação dessa maré,
Que nos prende e arrasta,
No balançar levando e retornando a nossa fé,
Passando a mão madrasta,
No coração que se rende e afasta.
E em cada onda que vem,
Vem o toque gelado e acolhedor,
Com a ondulação a envolver o que sobrou,
Do corpo que insiste em puxar com amor,
Para o fundo desse mar a minha flor.
O frio que gela a alma,
Num inverno compensador,
Que pinta de branco a casa calma,
Devolvendo o brilho desse amor torturador,
Que deseja numa lampeja esplendor.
Marlene
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