Hoje não te abro a porta,
O meu coração ainda ressente da tristeza,
Da mágoa em cada cicatriz escondida,
Com que me marcaste com a frieza,
As carícias de silêncio da tua destreza…
O meu corpo ainda se perfaz da gentileza,
Com que a tua boca se rendeu à calada da ignorância,
Desvendando em ti a subtileza,
Que enlouquecia a minha tolerância,
Enquanto engolias o que não dizias com elegância…
Sim! O coração ainda sente a distância,
Que foi criada pelo silêncio e não pela alusão,
De carícias farpadas pela petulância,
Dos olhos que agoniavam a aflição,
Quando mentiam com as palavras escondidas na mão…
Por isso hoje não te abro a porta do meu coração,
A minha alma ainda se está a refazer,
Não, que eu não te ame mais… Não!
Mas primeiro tenho que te esquecer,
Para te voltar a reconhecer…
Marlene
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