Direcciono o olhar nos quadros que pintei,
Nas telas que vivi, nas pinturas em que me avistei,
Em que nasce e morri,
Tantas mais vezes do que as que contei!
Ah! Se me recordo dos momentos,
Em que fui uma e depois a outra,
Em que abracei queixumes e sofrimentos,
Em que beijei gáudios e doces sentimentos.
Como foste tão diferente!
Na loucura, destemida!
E na verdade tão contida!
Mereceste cada dia dessa tua, minha vida!
Ainda olho esses quadros que pintei,
De aguarelas fortes e sem cor,
Que emitem através de desenhos outras melodias,
De quem fui, de quem perdi em mim nestes dias!
Hoje estou a pintar um quadro,
Ainda não sei que cor lhe hei-de colocar,
Mas tem de conter amor!
Marlene
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