Nesta encruzilhada de palavras,
Aqui estou!
Pronta para seguir as pegadas,
Que o tempo em mim apagou…
Atravessando as brumas que entorpeciam a minha visão,
Seguro as mãos no vento de ferro que alento,
Para além de mim e junto da minha outra solidão,
Caminho com o passo tremule, assobiando a canção,
E aguardando em mim a ânsia enquanto alcanço o momento!
Fatigada do sangue que divertiu a agressão,
Com as gotas que se ouviam cair do meu pensamento,
Retraio e empalideço, não verbalizando a expressão,
Que matou o meu génio com uma concessão,
Oferecida pelo vazio preenchido no sofrimento.
Fortes são os ventos carregados de poeira de conversão,
Outrora ocupavam-se de doces momentos de sentimento,
Agora empurram a alma que agarra o corpo pela mão,
Num choro de carinho pelo seu coração,
Forçando a cegar o pobre discernimento!
E assim, passando num só pé para o lado da coroação,
Encontro de novo o cálice que quebrei no meu desentendimento,
Onde sinto o ar que se solta em colocação,
De meu peito onde retribuo ao meu Ancião,
As dádivas que recebi no novo Nascimento!
Fecho os olhos,
Na mente vejo as pegadas,
Sigo as passadas,
Trilho o caminho onde comecei…
Marlene
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