Bem Vindo ao Letras Doces!

O Letras Doces contém Poemas, Frases, Pensamentos... Escritos de forma doce... outras vezes um bocadinho mais amarga. Trata-se de uma transmissão de sentimentos. Espero que se sintam em casa e que respeitem os direitos de autor.

domingo, 19 de junho de 2011

Na maré do Amor



Nessa distância que existe e persiste,
Em vir e em ficar,
Encontro-me nela aguardando por ti,
Encanto e amor que nunca esqueci…
Outrora majestade do afecto que teci…


Foram belos os nossos tempos,
Arrebatados e fugazes como se tratassem de Paixão,
Enganaram olhos cristalinos e descrentes,
Que nos afastaram do beijo, do coração,
Sobrou apenas nossa Canção…


Hoje sinto-me só,
Abandonada neste barco que afunda,
Espero o teu abraço para me salvar,
Uma palavra que me levasse a não querer saltar,
Para o abismo em que me vou confessar…


Mas não desisto,
E por teu Amor eu resisto,
A esta maré que balança e me cansa,
Sempre maltratando sem cessar,
Que por encanto muda com o barco a virar…


Declamo só para ti os meus versos de Amor,
Mesmo distante e inconstante,
Eles são para o meu salvador,
Para quem plantei campos de Amor,
E por quem espero …


Não cesso um único instante,
Grito no barco que afunda,
Amor!


Marlene

Estufas de Amor


No fundo uma imagem,
Verde e vazia,
Espera por mim…


São imensos e densos os verdes campos,
Em que plantei num recanto estes versos,
Onde coloquei a semente que nos une!
Que alberga dos nossos corpos os universos,
Numa flor, num queixume de Amor…


Possuidoras de um enorme esplendor,
Peguei nesse primor e espalhei,
Fugindo por verdes campos levei a flor,
Que me libertava e para ti conduzia,
Emanava a fragrância dessa primazia.


E olhando para a planície,
Que forcei a acolher o meu bem-querer,
Ouço os cânticos que choram de alegria à superfície,
Outrora verdes os campos,
Agora num tom escarlate apagam a sua calvície…


Foram grandes essas planuras,
Onde a tua essência não ia ao meu encontro,
Amava e rejeitava as minhas ternuras…
Mas hoje colhi dessas estufas que senti,
Todo o doce néctar, todo o Amor…


Hoje sou um beija-flor,
Da flor onde depositei o teu amor,
E nele delicio-me com prazer…


Marlene

Poeira



Poeira que fica e que gasta,
Esta maldita e velha carcaça,
Que me destrói, sorri e enlaça,
Na vida só, sem colo e sem mão!


Poeira que vive em mim,
Que se acomoda nos livros,
Como se vestissem um véu de cetim,
Muda-lhes o brilho, ficam cor de jasmim…


Poeira que suja e que tapa,
Que me veste nua, como se fosse uma capa,
Colada a cada poro com uma mensagem,
Cai por chão e diz,
-Segue Viagem!


Sou livro velho,
Entre minhas memórias,
Mas tenho capa nova,
Albergou o meu génio…


Marlene

sábado, 18 de junho de 2011

Entre Papoilas





Abro a porta,
Percorro os campos descalça,
Abro os braços…



Como é bom sentir-me em ti e correr,
Libertar-me de mim e perder pensamentos, esquecer,
O que fui, o que vivi e o que poderei conhecer,
Percorrer estes suaves campos que me sorriem,
E que não me deixam morrer!



Ah! Como gosto de sentir a brisa,
Que me envolve e me balança,
Que faz das papoilas suas bailarinas na sua dança,
Já coradas com as vestes que esvoaçam na esperança,
De se soltarem perante Gaia em mudança.



Ah! Tristeza libertina que fugiste!
Que outrora em mim esculpiste,
A estátua em meu campo que gritava pela glória!
Em tempos tiveste a tua vitória,
Mas agora eu corro e perco-te em minha memória!



Ah! O Sol que queima minhas faces,
Na expectativa de um doce beijo,
Que o contempla nos meus sonhos, nos enlaces,
Que faz reluzir a minha pele, num corpo que se desnuda,
Gritando pela Felicidade, pelo Amor e por essa Ajuda!


Como é bom soletrar o Amor,
Que me despiu por entre belas papoilas,
Balançar por entre brisas e cor,
Rejuvenescer em mim o caule e a flor,
Adormecer vigiada pelo Sonhador.



Fecho os olhos…
O Sol ainda queima,
Despede-se com um Beijo.



Marlene

Amor de Cristal


O céu está estrelado,
A lua chama o teu…
O meu nome, clama!


Não aguentado mais a espera,
Que se vive e que se alberga nesta quimera,
Avanço para ti, segurando nas mãos o meu Cristal,
Ofereço de prenda para te consolar as incertezas,
Em que me demoro em minhas fortalezas.


Crendo na mais Pura verdade deste Ideal,
Que me esventra e faz-me teu Diamante especial,
Nesta ânsia, nesta dança que combate…
Que empurra e no final grita Amor!
Que faz doer, com a chama e com o calor!


Hoje o meu Cristal está num tom escarlate,
E a Fénix que pula na minha janela, bate!
Para me levar até a ti!
Outrora fugi, aconcheguei-me nos lençóis e morri,
Mas agora Voo entre chamas carregando o meu Rubi!


Entro pela tua janela,
Sento-me ao teu lado,
Ainda não estás a dormir…


Marlene

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Reflexo de Guerreira



Abro as janelas,
O Sol queima a pele,
Viro para o espelho…


Revejo-me na imagem que era de mim,
Que se mostra cansada de chagas abertas,
Mas que sorri, nessa cópia de jasmim,
Que se entrelaça no vestido de cetim,
E que carrega a armadura mesmo assim…


Ainda recordo os tempos de minhas descobertas,
Em que as entradas doridas colavam-se a alma,
Feitas por verdades ou pontes de ofertas,
Levavam-me para longe, por portas incertas,
E me trajavam nua, sem cobertas…


Mas olhando a imagem reflectida,
Nesse quadro, nessa vida já vivida e sentida,
Solto por cada fio de cabelo a essência,
Agora perfumada, pela flor desmedida,
Outrora na Pandora, guardada e esquecida…


Hoje olho para mim no reflexo,
E dele retiro o brilho e a vontade com o olhar,
Monto o cavalo e sigo o arco-íris complexo,
Respiro do meu mundo o ar perplexo,
Que rodeia em mim a guerreira em plexo.


Fecho a janela,
Apago a luz,
Saio do espelho…


Marlene

Anjo caído


Já não creio mais nas palavras ocas,
Que em tempos para mim voaram,
E na tua boca soavam como as paixões loucas,
Em inovações, sem a serenidade da liberdade!


Já não me revejo mais naquele panorama,
Em que as rosas floriam e os corações emanam,
Como se tratasse de um teatro, num melodrama,
Mas que queima apenas palavras sem chama!


Agora ouço o teu interior,
Que me reina e me comanda,
Com o esplendor,
Que me saboreia e ama!


Neste tempo de perdidos,
Tu Vences aqueles que com palavras têm se perdido,
Que dizem que amam e que têm agredido,
Para me respeitares e aceitares…
Sou tua Musa, anjo caído!

Marlene

terça-feira, 14 de junho de 2011

Quadros da minha vida



Direcciono o olhar nos quadros que pintei,
Nas telas que vivi, nas pinturas em que me avistei,
Em que nasci e morri,
Tantas mais vezes do que as que contei!


Ah! Se me recordo dos momentos,
Em que fui uma e depois a outra,
Em que abracei queixumes e sofrimentos,
Em que beijei gáudios e doces sentimentos.


Como foste tão diferente!
Na loucura, destemida!
E na verdade tão contida!
Mereceste cada dia dessa tua, minha vida!


Ainda olho esses quadros que pintei,
De aguarelas fortes e sem cor,
Que emitem através de desenhos outras melodias,
De quem fui, de quem perdi em mim nestes dias!


Hoje estou a pintar um quadro,
Ainda não sei que cor lhe hei-de colocar,
Mas tem de ter nele amor!


Marlene

A Flor da Saudade



Tatuada pela flor da saudade,
Que brilha com a cor, que liberta o odor da tempestade,
Que magoa, sacudindo o amor que em mim ficou,
Que ilumina a mente, com a imagem que guardou,
Que encara a Besta com a vaidade!


Marcada como se fosse do gado,
Desse sentimento que atormenta pelo que ficou vago,
Por uma marca que ainda se vê,
Que se escuta em cada batida desse coração,
Que ri e que chora, com a ida não em vão!


Triste por ainda sentir a maldita saudade!
Que me prende o espírito a ti!
Que não me larga por essa verdade,
Que esculpiu uma flor em mim,
Que me recorda ainda o Jasmim!


Pois tenho uma flor no meu beiral,
Que me sorri com o seu perfume,
Que me devolve o teu especial,
Sempre que me recordo quem foste para mim!

Marlene

Se voltar fosse possível!


Se as pernas me crescessem e me deixassem voltar…
Àquele tempo, àquele lugar,
Onde sinto que fui e poderei ser feliz,
Onde poderei contigo e comigo voltar-me a encontrar,
Meu irmão, meu amigo, que quero abraçar.


Se sentisse o caminho que não mente,
O que para ti segue, feliz sem poder expiar,
Talvez percorresse para Casa sem estar mais ausente,
E lá pudesse ficar e pernoitar,
E guardar no meu génio o odor que tanto quero guardar.


Se eu não sofresse por não poder retornar,
Neste momento, neste tempo…
Não saberia que eras tu (Vós) que quero memorizar,
No corpo cravado por uma imagem.
Eu estarei sempre pronta para a viagem!

Marlene

quinta-feira, 9 de junho de 2011

O peso da Medalha


Com o cheiro da pele vívida e queimada,
Cansada pelo prazer do peso do ouro,
Caiado em cada relevo dessa austera medalha,
Sofre o tempo que se viu vencido, perdido,
Por mais uma guerra, por mais uma batalha!


Foram cruéis as épocas filtradas no esquecido,
Espaço que outrora foi por ti engolido,
Não havendo uma lancha que salvaguardasse,
Corações verdes e com um ar ainda florido,
Do sangue escorregado, perdido na esperança…


Ainda tem talhada a frase da sua vida,
Resumida na criança, que brinca na lembrança,
Que existe bem guardada nessa membrana despedida,
Que outrora curou suas chagas na dança,
De uma alegria, de uma confiança!


Como grita o véu outrora despido!
Arrancado por um Amor desnutrido de Ti,
Carapaça que alberga um mistério, desmedido,
Um corpo, um ânimo que encandeia com a luz, o brilho!
Que carrega o mérito merecido…


Ainda sinto o peso da medalha,
Que na pele arde! Na pele de vidro,
Condecorada por uma vida, uma batalha…
Marlene

terça-feira, 7 de junho de 2011

Amor ao vento



Por entre os fios ténues do vento,
Da brisa que escorrega cada linha de meus cabelos,
Voa para ti, de mim um livre pensamento,
Do que contive no meu génio sobre o sentimento,
Que late por um olhar que fere o corpo inteiro…


A alma sugada assim pelo tormento,
No vórtice do sonho de que ainda sinto o cheiro,
Embato de volta com o vento,
Que na sua tempestade leva de mim o sofrimento,
Nem que seja no momento, sinto a leveza presente…


Amordaçada de vida, de calma e de nada,
Contida na Pandora, sendo a única que me entende,
Abraço o génio espelhado no Lago, nesta madrugada,
Solto o suspiro que não está preso a nada,
Mergulho na água, por mim enamorada!


E nisto continua lá fora, o riso do vento,
Como se dele eu me tratasse, sua amada…
Que me retira e devolve o tormento,
Como a quem oferece o Outono a uma Fada,
Este empurra, ama e agarra…


Ouço-o a rir lá fora,
Chama ainda o meu nome…
O vento!

Marlene

A dúvida...



Podes duvidar do que existe,
Da vida, do sol e da Lua que insiste,
Em aparecer escondida, seduzida e nua,
Que nos engana a todos com a beleza que apazigua,
Os tolos descrentes que passeiam na Rua.


Podes duvidar de Gaia,
Que colocou o inferno com uma bela praia,
Para que no mar nos pudéssemos banhar,
Sorrir, enlouquecer e amar,
Para nos esquecermos da tristeza com o olhar…


Podes duvidar das estrelas,
Que reflectem brilho com o fogo nas velas,
Com o cântico das sereias,
Encantam e largam corações nas areias,
Dos pescadores afogados, enleados nas mais diversas teias.


Podes duvidar da dúvida,
Que por ti, que por mim foi engrenada,
Que faz parte da minha essência,
Outrora inacabada pela Inocência,
Que espelha em mim, a minha própria Ausência!


Por isso digo:
A dúvida permanece e aparece em cada coração ao longo da vida, mas bravos são aqueles que sem medo do julgamento colocam as suas dúvidas para que outros possam vir e julgar!

Marlene

sábado, 4 de junho de 2011

A divagar...


As horas passam,
O corpo continua parado,
A mente a divagar…


Como poderia eu perdoar?
As mentiras que no meu imaginário voaram,
Para longe, para outro mar…
Que outrora me mostraram,
Outra vida que eu queria desejar…


Como poderia eu amar?
A ti, Ser radiante do meu pensar…
Se o meu corpo, outrora teu amante,
Em sonhos te matou, te levou sem pestanejar…
De mim, partiste para outro lugar.


Como poderia eu realizar?
Aqueles sonhos, fantasias que cansaram,
A minha alma, o teu meditar…
Que para longe de ti me levaram,
Pois contigo a minha utopia não poderia ficar!


Como poderia eu viver?
Se não visse os teus olhos que na escuridão brotaram,
Que me seguiram e que me queriam vigiar,
Para me guardarem, falaram e prepararam,
Para ti! Que estavas a chegar…


O tempo pára,
A mente retém e cessa,
O corpo começa a trabalhar…

Marlene

Medo da Morte



O Medo acompanha-nos na vida, lado a lado, em cada momento, em cada tentativa…
Este observa-nos de um canto, à espera do melhor tempo para atormentar… Para levar ao extremo!
Em todas as fases de nossas vidas, este está presente! Desde o nascimento, à criancice, à adolescência, na vida adulta, na idade e até à morte.
Mas nem é bem na Morte que ELE se encontra, mas sim no nosso pensamento. Quando pensamos nesse momento, sejamos crentes de algo ou não, todos receamos. Porque nisso somos todos Ignorantes, desconhecemos o que vem… O que virá, o que será, ou o que acabará!
Se pensarmos bem, perguntamos: O que é a Vida?
Muitos me responderiam que é amor, amizade, viver de bem com o outro. Mas muitos também me responderiam que é tristeza, um inferno, uma passagem, uma dor!
Mas estas respostas são apenas sentimentos relativos ao que é a NOSSA vida (de cada um) e não o que ELA é! No entanto, excepto vários casos, não a tememos.
Já quando perguntamos: O que é a Morte?
Aí há os que dizem que é o final da vida. Há os que dizem que é o início de outra vida, e também há quem diga que é a libertação do espírito, da alma.
Mas como pode ser o final da vida, se não sabemos o que é a vida?
E neste caso porque a tememos?
Eu diria que é porque ainda não a experimentámos, e receamos o que não conhecemos. Pois só após a vivenciarmos poderemos dizer se é bom ou se é mau.
Nas diversas fases da vida, há esse receio de experimentar, de ir estar numa posição diferente.
Se pensarmos no Nascimento, ninguém tem medo de nascer…. Seria absurdo pensar assim, pois já aconteceu, já nascemos. Mas se perguntarmos a uma Mãe se tem medo do que aí vem, no geral ela responde que não! Pois é um novo Ser, e é parte de si! Mas mesmo aquelas mulheres que receiam o parto, arriscam em ter filhos. Porquê? Na minha opinião, porque ninguém dá à luz, ou nasce sozinho.
Somos sempre pelo menos dois, nesse acto, a mãe e o filho.
Então, continuo a perguntar: Porque receamos a Morte?
Mesmo sem saber o que é a Morte, ou o que é a vida. Que para alguns se perde, acaba aqui a linha do comboio, ou que começa outra coisa… Eu diria que é porque morremos sozinhos. Não importa se temos pessoas em redor, que nos agarrem a mão, ou se não acreditamos em nada.
A verdade é que esse acontecimento, do nosso corpo, sucede só connosco. Só a Nós! Sozinhos, atravessaremos esse momento, e receamos não o partilhar, não ter ninguém ali para nos acalmar e dizer:
- Vai ficar tudo bem!

Marlene

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Palavras tuas


São tuas as palavras…
Que me envolvem no teu véu, nua…
Que outrora enfeitavam o céu,
Enrolado na Lua,
Que me engole, que me apazigua.


São tuas as palavras…
As que soltaste enfeitiçadas por ti,
Com o amor que logo senti,
Pois assim que te ouvi, despi,
Os desejos que na pele vivi!

São tuas as palavras…
As que com um beijo de mim roubaste,
Que amaste, guardaste e violaste,
Com o consentimento do prazer,
Que te ofereci, por te voltar a ter…


São tuas, as minhas palavras…
As que preenchem os nossos corações,
Que albergam borboletas, flores,
Lindas melodias e canções…
Que constroem amores e paixões!
Marlene

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Noite de Paixão


Sinto o teu corpo em mim,
Corro nua por campos,
Descubro o teu jardim,
Dispo as vestes de cetim…

Percorres-me com um olhar,
Medes as simetrias,
Desejas, queres-me tocar,
Com as mãos… Ah como querias!

Vejo-te suar,
Enquanto brinco com fantasias,
O teu ar… Entra e sai, quase a sufocar,
Por um beijo, uma carícia…

Invades a minha pele com o embate,
A tua carne na minha,
Amarras os meus membros, há um combate,
A paixão morre e renasce, fazes-me tua Rainha!
Marlene ( Ghost)

Devaneios de Amor


 
Tão longe e tão perto espero que aconteça…
Persegues o meu corpo e a minha natureza,
Elevas-te a mim até que adormeça,
Envolves-me nos teus braços, na tua beleza…

Foram escaldantes as noites na minha cabeça,
Recordo-te em mim, a tua gentileza,
A loucura que em nós recomeça,
Que invade o cortiço que faz sentir a sua leveza.

Ardentes em beijos, uma alma que me mereça,
Vive desejos em grandeza,
És o meu Adónis, que me consome até que amadureça,
Mata-me nos teus braços com uma certeza,
Que sou apenas tua! Prende-me na tua fortaleza.
Amor…

Marlene

Loucura no Amor


Entre as penas da almofada,
Perco-me em sonhos quando te imagino,
Quanto te sinto, quando te desejo!
Fervo por dentro, a pele queima,
E reclama o teu beijo…

Debruçada em mim,
Nadando em lençóis que foram, que ainda são nossos,
Afogo a nostalgia em lembretes de cetim,
Percorro caminhos na carcaça,
És para o meu corpo a minha desgraça.

Vencida pelo cansaço,
Que provocas quando me despes com o teu olhar,
Vibro com as estrelas, com a Lua,
Só de em ti pensar…, Estar a vibrar,
Desnudo o Amor e deixo-me nua ficar!

Por isso te peço,
Vem para mim, vem-me Amar…
Marlene

Amar o desejo


Debruçada no meu pensar,
Expando em ti todas os meus gestos e alegrias,
Com a noite e a Lua a chegar,
Vivo-te aqui! Nas minhas fantasias,
Encantas-me, animas meu corpo com as tuas poesias.

Declamas o meu corpo em liras,
Como se dele fosse o que melhor que conhecesses,
Respondes a todas as minhas belas mentiras,
Que outrora levaste com interesse,
Agora dominas meus gestos como se não vivesse.

Nestas noites de minha cobardia,
Peço ao teu corpo que me venha amar,
Pois a minha pele incendeia com a ousadia,
De te ver, observar, olhar!
A tua casca quer arrancar, tirar…

Desnudo as vestes do coração,
Liberto-me para que na minha mente possas entrar,
Quero-te beijar, clamar a paixão,
No teu mar me poder afogar,
Para que no final, sim! Possa Respirar, o teu ar!

Marlene ( Ghost)