Bem Vindo ao Letras Doces!

O Letras Doces contém Poemas, Frases, Pensamentos... Escritos de forma doce... outras vezes um bocadinho mais amarga. Trata-se de uma transmissão de sentimentos. Espero que se sintam em casa e que respeitem os direitos de autor.

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Obsessão


Longe de ti!
Não sinto o meu pulsar,
Não há ar que entre, os meus pulmões querem parar!
Já não têm razão para trabalhar!
Como se fosses a minha energia para neste vida estar,
Longe de ti Amor... não quero ficar...

Longe de ti!
O Sol se esconde por entre o algodão que no céu paira,
A Lua já não espelha como dantes brilhara,
A coruja já não aparece, já se esquece a noite que passara,
Todos entristecem por ti! Que antes nos encantara!
O espírito contente, que a melodia agora melancolia instalara...

Longe de ti!
Recuso-me a ficar!
Prefiro mil mundos descobrir, investigar,
Ser presa, roubar ou até matar!
Talvez adoecer na esperança de tu meu Amor, não ires e quereres ficar...
Aperceberes-te que é a mim e só a mim que vais eternamente amar!

Longe de ti!
Ah! Meu doce pecado!
Amarro correntes no meu pescoço, enforco o coração apaixonado!
Pois só assim me libertarei deste estado!
Um louco demente e doido desenfreado...
Longe de ti não fico, pertencerei sempre ao teu passado!
 Ghost

Fica comigo...


Fica comigo...
Desde que o dia amanheça!
Até que a tarde venha e a noite apareça...
Vê comigo o escurecer e fica até que a Lua cresça,
Não cesses por um momento, deixa-te ficar por perto...
Afaga a minha mão e o meu peito antes que enlouqueça!

Fica comigo...
Perdido na floresta!
Trilha comigo estes caminhos, faz parte da minha história... Modesta,
Acarinha-me a face, beija os meus sonhos, dá-me uma festa,
Eleva-me a ti e puxa-me para a tua sesta,
Com delírios ofegantes transcende-me, contesta!

Fica comigo...
Trata-me como se de um mendigo eu me tratasse...
Como se por um olhar teu, um estar eu chorasse,
Outrora meu! O teu génio de mim faz parte como se a meu corpo colasse,
Será amizade, um amor ou apenas um enlaçe?

Fica comigo...
Usa a minha voz para ditares as tuas palavras! Doces ou Amargas...
Usa-me como escudo, como se minha carcaça tivesse as tuas armas!
Partilha-me ou esconde-me das tuas amadas...
Mas não me abandones por nada! Preenche estas lacunas agora e antes rasgadas...
Ghost

Sinto que está a chegar!


Sinto que está a chegar,
Calmamente como se calçasse pantufas, pisa um caminho aveludado,
Preenche o meu mundo outrora distante, sem cor e apagado,
E sente-se uma brisa de bafo fresco… Que foi dantes tão abafado!
Como se por mim o ar se tivesse embeiçado, apaixonado,
Minhas faces ficam rosadas como se tratasse de um enorme pecado!

Sinto que está a chegar,
Aquele clima quente que apanha de surpresa o inverno gelado,
Que usa como protecção o louco estridente apaixonado,
Que vive de risadas, que até tem um quê de engraçado,
Como se de tempos excêntricos se tratasse, ou talvez um imaginário errado,
Eleva-nos fortemente sem espaço para um triste passado!

Sinto que está a chegar,
A minha, a tua, a Nossa! Doce loucura extravagante,
Outrora amarga, escura e talvez distante,
Vem agora! Abalroa-nos nem que seja por mero instante,
Para que sejamos e vivamos com a intensidade de um Amante!
Aquele luz que nos incide e nos acende o soberbo toque brilhante.

Sinto que está a chegar,
Algo que nos vai valer, que será para Nós muito importante,
Algo que aprenderemos e até viremos a desfrutar de forma constante,
Que descobrirá em cada um o verdadeiro Diamante,
O descobridor do verídico cálice, do Santo Graal delirante,
Que nos fará sentir a derradeira Felicidade, um Amor penetrante…
Ghost


quarta-feira, 20 de abril de 2011

Foram cruéis os teus olhos


São cruéis os teus olhos,
Que me olham com pudor...
Que me fazem uma vénia incrédula de horror,
Que alcançam a minha carcaça e para ela transmitem dor,
Que me arrancam a alma do meu corpo, já morto e já sem cor...

São cruéis os teus olhos,
Que outrora me abraçavam e aconchegavam docemente,
Como me olhavam zelosos... Não de costas mas de frente,
E me pediam um carinho amigo, um sentir quente,
Que me fizeram pedidos floris de uma primavera contente.

Foram cruéis os teus olhos,
Que me entristeciam com a raiva que me lançavam,
Nas horas de paz, nos tempos de calma que esmiuçavam,
Que me agrediam com palavras... Que me violentavam,
Que não tinham génio e que já não lá estavam...

Foram cruéis os teus olhos,
De uma forma ultrapassada e até fantasiada,
Os quais que fecharam a minha estrada,
Impediram a minha passagem, mataram o meu lar de fada,
Que me colocaram trancada numa caixa enfeitiçada.

Já não são cruéis os teus olhos,
Pois neles já não encontro vida,
Partiste sem uma conversa, sem uma despedida,
Deixaste uma dúvida perdida...
Se teria sido algum dia tua menina querida?
Ghost

terça-feira, 19 de abril de 2011

Selvagem

Caio no meu génio e liberto a minha magia,
Nela agarras, pregas o teu ideal,
Sujo em mim o que fui, como me valia,
Rosno por ti pelo teu animal...

Invado o teu pensar sem saber se podia,
Pulo, empurro o que quiseres levar,
Não saberei mais o que o Outro trazia,
Rebolo por entre terras... No lago vou-me lavar...
Ghost

Os meus caminhos...

Nos caminhos que trilho,
Encontro pedras e ervas daninhas,
Que tiram ao bom pai um filho,
Que retiram do mar algas marinhas...

Foram nestes ditos caminhos,
Já outrora espezinhados, outrora encantados,
Que eu te persigo entre espinhos,
Que eu te limo todos os lados...

Eram tristes esses caminhos,
Pois neles eu não te encontrava,
Mas pelo teu ser os meus anjinhos,
Cantavam e eu gritava... Ansiava.

Hoje são floridos os tais caminhos,
Contigo trouxeste-me a Primavera,
Mal te enchergo sinto os teu beijinhos,
Fazes parte de mim, da minha quimera.
Ghost

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Forasteiro

Quem és Forasteiro?
Que invades suavemente a minha utopia,
Que ao ver-te sinto uma enorme alegria,
Fascínio, cumplicidade como se por magia,
Peregrino desconhecido...
Entras no meu espírito, na minha fantasia.

Quem és Forasteiro?
Que com os teus pezinhos de lã me importunas,
Que em cada sonho preenches lacunas,
Como uma praia que precisa de Dunas,
Que embelezam, que encantam,
Como morcegos precisam de furnas...

Quem és Forasteiro?
Quem me aqueces com beijos em noites frias,
Que me abraças, que me merecias,
Como me fazes querer dormir por uns dias,
Príncipe outrora real,
Com o nascer do Sol desaparecias...

Quem és Forasteiro?
Que interpretas várias e diferentes personagens,
Que encaixas tão bem nessas paisagens,
Que para estar comigo, faz sempre estas viagens,
Longas, curtas... Metragens,
Juntos eu enxergo miragens...

Quem és Forasteiro?
Porque sinto eu este ardor?
Que arde sem nele sentir dor?
Porque fico sempre com calor?
E vejo o meu mundo com mais cor?
Desconhecido querido, amigo,
Sinto que te pertenço meu antigo... Amor!
Ghost

Os Porquês


Como é permissível?
Viver numa vida sem alento,
Não querer saber dos outros… Indiferença ao seu tormento.

Como é permissível?
Paz sem a felicidade conjunta,
Querer só a alegria numa classe disjunta…

Como é permissível?
Um querer sem saber, um querer sem fazer,
De que podem ser dignos sem merecer?

Como é permissível,
Amigos desinteressados, velhos desamparados,
E pior, falta de alimento aos mais carenciados…

Como é permissível?
Poder estar neste vida de esquecimento,
E querer reconhecimento por tratos sem talento…

Como permissível?
Eu não sei a esta questão responder,
Mas espero um dia alguma coisa fazer…
Ghost

sábado, 16 de abril de 2011

Para todos os escritores!


Para todos os escritores,
Que já foram, que são amores,
Amigos, queridos… autores desconhecidos,
Agradeço, não esqueço textos lidos, comentários recebidos.
Sem os ter alentado, sem os pesos medidos.


Para todos os escritores,
Perdidos no tempo, no espaço e no momento,
Que amam o sentimento, que vencem o tormento,
Apenas escrevendo, enviando o pensamento,
Através de palavras… Através do Alimento.

Para todos os escritores,
Para os quais as palavras servem como meio,
Que versam, publicam sem receio,
Que vêem esta vida, este torneio,
Com esperança, lembrança, com Anseio!

Para todos os escritores,
Para os quais há ainda mais cores,
Do que as que vejo na flores,
Para os quais há mais odores,
Para os quais há mais sabores…
Desejo felicidades a estes locutores!


Lugares Longínquos


Passei tempos em lugares longínquos,
Repensando no meu pensar,
Guardo, encaixotando erradas certas ideias,
Precisava de me guardar…
De ti, Mundo! Que outrora me propuseste matar.

Passei tempos em lugares longínquos,
Onde nada mal me fazia,
Onde não havia mágoa, agonia,
Só pensava na minha evolução, alegria…
Espírito livre liberto, fugia.

Passei tempos em lugares longínquos,
Onde se confundia o longe e o perto,
O meu sangue caía, morria… decerto,
A minha vida afogava-se num deserto,
Onde não havia, não vencia o incerto.

Passei tempos em lugares longínquos,
Enganada, pensando que estava aqui, ali,
Sem ver, sem saber… Sem respirar um pouco de ti!
Aí sim é que me apercebi… Como foi que desisti?
Branqueio o desejo, a volta de mim… Já morri e já reflecti.



quarta-feira, 13 de abril de 2011

Sufoco! (Soneto)


Como me corrói este desejo,
Esta vontade de querer gritar,
De não conseguir mais suportar,
Sem dizer, sem contar o que vejo.

Como é que poderei alentar,
Ao participar neste cortejo,
Vestir-me de palhaço, parar,
Não ouço mais risos, não gracejo.

Como podes meu sangue despejar,
Corpo indigno, eu te antevejo,
Pairo, fico sem o bafo entrar!

Pescoço esguio, ar almejo!
Já não há soprar, para me poupar,
Um simples sufocar que traquejo...
Ghost

Libertei-te meu Amor


Libertei-te...
No meu jardim, no meu abrigo,
Fugiste de mim, não me quiseste contigo,
Até parece que de mim só queres o que não consigo,
Perdido sofres e colocas-me de castigo.

Libertei-te...
Nas margens do meu rio,
Deixei-te seguir o caminho, preencher o vazio,
Pois recordo as mudanças, más lembranças... E o sono que não dormio,
À procura do néctar que não trazia, do além não vio.

Libertei-te...
Pois não te queria para meu companheiro,
Não te queria forçado como um amarrado veleiro,
Que não sente o belo vento, que do mar não tem cheiro,
Que não se mostra contente, que não se mostra faceiro.

Libertei-te...
Livrei-te deste compromisso,
Que era amargo, submisso!

Libertei-te...
Para preso a mim ficares,
Não quereres mais mudares, lutares...
E eternamente me Amares!
Ghost

Solidão


Posso ser solitária,
Para ti não ter nada na vida,
Ser encontrada na escuridão... na esquina acolhida,
Ou até ser largada na mágoa parecida,
Por vezes mal falada, mal compreendida.

Posso ser solitária,
Não andar em festas ambulantes,
Não ter comigo libertinos e amantes,
Para outros amigos, acompanhantes,
Não ser vestida de ideias e diamantes.

Posso ser solitária,
E não viver na solidão,
Encontrar apenas conforto, abraço... Encontrar o meu chão,
Não ter teias, nem cadeias... Nem para me segurar um colchão,
Não esperar amor... Não esperar compaixão.

Posso ser solitária,
E no entanto falar contigo, comigo, ou com um amigo,
Ser esquecida, expulsa como se fosse um mendigo,
Perder a tristeza ou até ganhar um abrigo.

Posso ser solitária,
E no entanto sentir a emoção,
Por mais que seja rebaixada, ou tratada como se fosse um cão,
Excluída pela diferença ou pela falta de adaptação,
Eu grito Não!
Não sou filha da Solidão! 
Ghost

terça-feira, 12 de abril de 2011

Fala-me de ti...


Fala-me de ti…
Quero saber se gostas mais da noite ou da lua,
Se achas que há uma morte, uma vida que continua,
O que para ti é doce, o que te apazigua,
Para que teu espírito emane, para que a tua alma flua.

Fala-me de ti,
Conta-me os teus medos, os teus receios,
Que batalhas vencestes, o que tinhas como meios,
Para onde te viraste, onde pediste conselhos,
Onde saraste as tuas chagas, onde feriste os teus joelhos.

Fala-me de ti,
Como se de ti não retratasses…
Que paisagens viste, a que cumes já chegaste,
Por que caminhos passaste, que trilhos já atraiçoaste,
Que outros seres conheceste, que línguas já falaste.

Fala-me de ti,
Conta-me algo de diferente, fala-me da tua mente,
O teu coração o que sente, agora, antes e no presente,
Se andas triste ou contente,
Que crimes abafaste, que loucuras cometeste.

Fala-me de ti…
Pois de branco hoje me vesti,
Para ti encanto, Ser que pouco conheci,
Por isso peço, fala-me de ti!.
GHOST




Para ti meu amor...


Para ti meu amor,
Que me ouves no alto das tuas colinas,
Que me vês de baixo e que me fascinas,
Com armadura polida, brilhante... Meu cavaleiro...
Danço para ti o que aprendi com as boninas,
Ofereço-te mariposas bailarinas... Botão de rosa como Germinas.

Para ti meu amor,
Para o qual não há rodeios,
Apenas palavras subtis, não há falta de meios,
Imploro mais um louco olhar, um cobiçar!
Arranco tudo, bem fundo... Liberto prisioneiros,
Outrora peixes, outrora veleiros.

Para ti meu amor,
Que antes nada me dizias, que não entendias,
Não olhavas, nem nada fazias,
Há apenas um parecer... Um doce merecer,
Onde todas as cores que libertas... Arco-íris irradias,
Eram embrulhos de fadas o que me oferecias.

Para ti meu amor...
Não há palavras... Vendidas, Roubadas, corrompidas,
Há gargalhadas embaladas, lágrimas já lavadas,
Não há lugares longes e equidistantes... Como antes,
Há ondas em instantes, ventos quentes há bastantes e estrelas caçadas...
As nossas formas já traçadas entre linhas já delineadas...

Para ti meu amor,
Há apenas um poço sem fundo,
Onde guardo todo o meu génio, todo o meu mundo!
GHOST

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Concilia, amor e amante... (Soneto)




Lavando as lágrimas salgadas,
Corrói a mágoa esquecida,
Estão turbulentas as águas,
Manhã lilás outrora vencida.

Paira no ar o riso grunhido,
Atira! Empurra do abismo!
Viola o digno parecido,
Antes provocado, tal egoísmo.

Foram verdes, seus prados perdidos,
Antigos, amigos e aprazíveis,
Agora abrangem, são medidos.

Fui violeta, azul brilhante,
Pulei campos proibidos antes,
Concilia, amor e amante!


Mendigo Perdedor

Mendigaste por respeito,
Presença fria não tem leito,
Exigiste, forçaste, mataste!
Atacaste, feriste, deixaste...
Este fogo caçador, batedor,
Feriste-me, maltrataste-me, mentiste-me...
Com aquele tom malvado e ameaçador,
Eu Recuso! Recrimino o que fizeste, recrimino esta dor!
Foste Parvo, Estúpido e Agressivo...
Já nem penso em ti como antes, como amigo,
Já nem esse sorriso amargo eu consigo...
Para ti, cobarde perdedor!
Não há compaixão, calor ou amor,
Há apenas um sítio onde não vivo,
Onde não moro, onde não habito,
Seja novo ou antigo.
Não és, nunca foste...
Não passas de um mendigo!
GHOST

Em homenagem a todas as mulheres que sofrem de Violência doméstica.

Se coabitasse da tua ideia...

Se coabitasse da tua ideia,
E nela plantasse os meus sonhos,
Outrora formosos agora medonhos,
Entenderias o que expressam, o que dizem... os meus olhos risonhos,
Que contigo, outrora meu concílio...
Colocou-os tão Insípidos, tão tristonhos.

Se coabitasse da tua ideia,
E nela te entregasse o meu génio,
Já tínhamos assinado e entregue o convénio,
Roubarias o que pudesses do meu oxigénio...
Talvez por imposição, coação...Ou apenas pelo paladar,
Tentarias me mudar ainda neste milénio!

Se coabitasse da tua ideia,
E nela fingisse o meu proveito...
Outrora crente... outrora perfeito!
Dir-me-ias que não era digna de ti, do teu respeito...
Talvez fosse mentira... Ou uma falsa Lira,
Fosse somente o meloso Preconceito!

Se coabitasse da tua ideia,
E nela fosse musa, bafo... ou Sereia,
Rodear-te-ia com o meu ideal... Ficaria na tua Teia...
Talvez não me sentisse mal, presa numa cadeia,
Onde poderia pensar... Elevar o meu ar...
Não abandonaria a tua peça em dia de Estreia...

Se coabitasse da tua ideia,
E nela não fosse inimigo...
Conselheiro perdido... Não ouvido...
Coabitaria aí no Teu Abrigo!
Coabitaria para sempre Ccontigo...
GHOST






Se podesse entender...

Se podesse entender do que falam,
Aqueles que têm o discernimento,
Do tempo, do espaço, do vento...
Aqueles para o qual há só um momento,
Onde se consegue o fomento,
Do que é rápido e não do que é lento.

Se podesse entender do que falam,
Aqueles para o qual o azul não está no céu,
Onde já não há um véu,
Que divide este mundo do Mausoléu,
Para a morte qual seria o Troféu?

Se podesse entender do que falam,
Os loucos que falam numa morte sem pressuposto,
Onde o enterro não fosse um desgosto,
Que leva os amores, amigos, o anteposto,
Para uma província, uma quinta... Um Rosto!

Se podesse entender do que falam,
Aqueles que emitem sons sem pronunciar,
Onde vão sem visitar,
Que fazem sem pensar, planear... Melhorar,
Para viverem sem saborear.

Se podesse entender do que falam,
Aqueles que trazem a esperança num pequeno bolso,
Onde não há reembolso...

Se podesse entender do que falam,
Eu perguntava, falava,
Se calhar Passava... a palavra.

Mas não entendo do que falam,
Aqueles que não sabem a minha linguagem...
Vou sair na próxima paragem!

domingo, 10 de abril de 2011

Talvez um dia

Talvez um dia te conte o que penso,
Talvez venha a revelar o meu segredo,
O que escondo, o que temo,
Se me prometesses um inverno quente, ou um verão ameno...

Se me oferecesses pedras lilases e não rosas vermelhas,
Se me escolhesses primeiro,
Se fosses um pioneiro...
Não tentes ler o que não há no letreiro.

Traduz-me o traduzido,
Mostra-te preocupado...
Mostra-te meu amigo,
Pede-me que te conte algo antigo,

Fala-me de segredos...
Sou eu que te digo,
Que um dia talvez te conte o que se passa comigo.
GHOST

Verdade doce amarga...


Bate forte na areia,
Atropela-se para lá chegar,
Como se fosse uma corrida, já ganha, já vencida,
Só para os teus pés poder beijar...
Querida perante os súbitos,
Perdida nas dunas de areia parecida,
Ficas tu, fico eu, apaixonada,
Louca da Vida!
Rebola na areia a brisa merecida,
Brinca nas tuas saias a gaivota um pouco muito atrevida...
São as tuas armas que protegem os desconhecidos,
Por vezes abalroam os já vencidos,
Antes queridos pelos seus amigos...
Mas és bela, vistosa,
Como se fosses uma serpente chorosa,
Fazes bem, por vezes o mal,
Árvores Secas no teu quintal...
São salgadas as tuas pedras,
Conchas caem no teu vestido,
Foste Rainha e foste Sereia,
È branca escura essa tua areia...
Como se fosse uma fotografia, uma Alegoria que devaneia...
GHOST



Poesia...

Entranhada nos nossos rios de sangue,
Misturada e rodeada de bons e maus conselhos,
È Arte que não incomoda, é Invicta,
Não precisa de desculpas nem Arreios.
È bonita sem letreiros.
GHOST

A Era em que vivemos...

Vivemos numa Era em que todos se preocupam...
Preocupam-se com eles, com a sua casa, com o seu trabalho, com o que podem ter...
E aqueles que nem isso têm? Aqueles que não sabem o que é uma casa, o que é ter comida na mesa?
È verdade que vivemos neste momento uma crise financeira, que temos de nos PREOCUPAR com o nosso amanhã.
E a Crise Social? A falta de Humanismo? O querer saber do próximo?
Podemos dizer que são só frases lamechas? Ignorar o óbvio e continuar sorrindo?
Estamos a cair por um abismo, criado por nós, pelo nosso consumismo...
Acima de tudo somos Humanos... È verdade. Mas o que significa ser Humano?
Falamos que somos animais com uma inteligência superior, que estamos no topo da cadeia alimentar... Mas se calhar deveríamos de olhar um bocadinho para baixo e olhar... simplesmente olhar e aprender com aqueles que não são tão "dignos" do nosso respeito e aprender com ELES.
GHOST

Morrer por Amor

Abandono o meu corpo,
Vou ao teu encontro,
Rodeias-me com o teu olhar,
Voo no meu ser,
Tento ficar, ir mais longe, ver...
Pára!
Já não quero saber...
Não quero voltar.
Ama-me!
Imploro pela tua Essência,
Esplendor...
Começo a perder a cor...
Larguei o meu corpo,
Foi por ti...
Para te encontrar meu Amor!

Sou Rica!

Sou Rica!
Não me falem de dinheiro, poder ou posição,
Pois tenho tudo o que queria,
Vida, amor e paixão,
Loucos são aqueles que em vão,
Só olham em redor e menos para o coração!

Sou Rica!
Tenho o Sol todas as manhãs,
Lua à Noite e um céu estrelado,
Respiro o verde e o pólen já libertado,
Venho de um sítio nunca antes celebrado.

Sou Rica!
Tenho o mar azul cintilante,
Na face, beija-me a brisa amena,
Sinto o doce calor, aconchegante...
Guardo à chave, no cofre esta cena.

Sou Rica!
Tenho a Natureza do meu Lado,
Faço parte de um bonito quadro,
Não preciso de dinheiro no passado,
Isto quase que se torna engraçado...
Sou Rica...

Nostalgia

Vem com a calma da Noite,
São suaves as suas pegadas, ao caminhar,
Senta-se na sala ou fica num canto,
Como quem não quer incomodar...
Atrapalhar...
Serve-se de um aperitivo,
Com um gesto de alegria,
Apetece-me algo triste,
Uma lágrima que quase caía...
Esta solidão emana sons desconhecidos,
Num instante de pura magia,
Só pode ser feitiçaria...
Levanta-se, vai-se embora...
Esta Feliz Nostalgia.

GHOST


Renascida para o Amor

A quietude instala-se...

Já não banha as minhas praias,
Já não lhe conheço o toque, o cheiro, nem o sabor,
A dor outrora afastou as suas águas,
Perdeu no tempo a sua cor.
Saudades do pulsar forte, que sentia,
Dos tremores e do desejo, que até doía,
Dos olhares que me seguiam,
Escondidos entre a multidão,
A emoção de dar um beijo sentindo o ardor da paixão.
Guardei-te pequenino,
Escondi-te do mundo, roubei-te a felicidade,
Vencida pelo hábito, esqueci a saudade,
Diminuindo junto da tua liberdade.
Arranco as correntes da tua masmorra,
Visto a Essência no seu estado puro,
Retiro a máscara,
Desnudo, juro,
Cresço contigo, o Amor congratulo!
Que venha a dor, o sofrimento, o ardor,
Acompanhado com a paixão e o amor,
Encher o poço da vida,
Outrora amarrada, despida,
Desta carcaça sofrida e dorida,
Agora Renascida !

Renascida para o Amor...

O Tempo no meu pensar

Páro o tempo que me rodeia,

Regresso de boleia numa memória,

Observo e inspiro algo que vagueia,

Aqui estás! Encontrei-te...

Não te foste embora!


Sinto a luz dos meus olhos,

Sinto um adocicar nos lábios,

Solta-se uma gargalhada...

O calor guarda o meu coração,

Alimenta o meu vulcão adormecido, esquecido,

Talvez em tempos perdido...


Como é bom voltar a estar contigo!


Relembro a tua simplicidade,

O carinho que passavas,

As flores que regavas,

Só com o teu brilho...

Tu irradiavas.


Ainda rio quando o tempo pára!

Sei que vais lá estar,

Sei que vais voltar para eu recordar,

Os tempos em que iluminavas os meus dias,

Como só tu sabias...


OH Tempo! Volta para trás,

Leva-me de viagem.


GHOST