Fica comigo...
Desde que o dia amanheça!
Até que a tarde venha e a noite apareça...
Vê comigo o escurecer e fica até que a Lua cresça,
Não cesses por um momento, deixa-te ficar por perto...
Afaga a minha mão e o meu peito antes que enlouqueça!
Fica comigo...
Perdido na floresta!
Trilha comigo estes caminhos, faz parte da minha história... Modesta,
Acarinha-me a face, beija os meus sonhos, dá-me uma festa,
Eleva-me a ti e puxa-me para a tua sesta,
Com delírios ofegantes transcende-me, contesta!
Fica comigo...
Trata-me como se de um mendigo eu me tratasse...
Como se por um olhar teu, um estar eu chorasse,
Outrora meu! O teu génio de mim faz parte como se a meu corpo colasse,
Será amizade, um amor ou apenas um enlaçe?
Fica comigo...
Usa a minha voz para ditares as tuas palavras! Doces ou Amargas...
Usa-me como escudo, como se minha carcaça tivesse as tuas armas!
Partilha-me ou esconde-me das tuas amadas...
Mas não me abandones por nada! Preenche estas lacunas agora e antes rasgadas...
Ghost
Marlene,
ResponderEliminarFiquei emocionada. Como tão bem consegue transparecer os sentimentos! Melhor, partilha-os, faz-nos entrar em si, vestir aquela pele e sentir tão mas, tão bem e profundamente.
'Fica comigo...' um poema cheio de sonhos, cheio de encantamento, cheio de preces, cheio de implorações. Um poema que pede a segurança daqueles braços aconchegantes, um poema que pede cuidados sem cessar. Um poema de amizade, amor ou de apenas um enlace? Não sei ao certo mas, creio que se fundem, pois senti ambos em simultâneo.
O seu 'eu' lírico, pede atenção, pede consolo, pede carícias, dedicação, segurança para dia e noite sem cessar. Sonhando com o mundo imenso que ainda tem para partilhar, vivenciar com aquela sua metade. Na verdade, aquela silhueta feminina pede apenas aquele ser a seus olhos essencial, não precisa de mais nada se não a sua companhia, a sua alma entrelaçada com a sua, sendo um só e inseparáveis!
Cada vez mais denoto uma beleza, um talento, inconfundível e também, apesar de todos os 'eu' líricos, vejo uma mulher, uma mulher forte que faz da escrita a sua melhor amiga, pois se esta não a entender, ela se pergunta 'quem entenderá?'. E é por isso que apesar, de todos os nossos ‘eu’ lírico, serem vozes, são parte de nós. E a Marlene, revela uma grande luta, uma grande perda mas, uma força suprema. Também, fracassa mas, não tem medo de o mostrar pois são nesses tropeços que busca forças para continuar!
Um grande abraço,
meu apreço,
Rute.